quinta-feira, 14 de julho de 2011

Garotas da Vogue

Vogue Handpicks 1,000 Women For Its ‘Influencer Network’


















Talvez esse tema nem seja tão polêmico quanto eu estou achando que é, mas acabo de ler numa notícia do PFSK dizendo que a Vogue acaba de lançar o "Influencer Netwrk"- uma plataforma onde as marcas poderão apresentar seus produtos para mil mulheres selecionadas pela revista. Ou seja, uma espécie de gigantesco focus group virtual onde as marcas poderão receber um feedback rápido e, aparentemente mais certeiro, sobre suas inovações na moda, acessórios, produtos e campanhas publicitárias.
Ao mesmo tempo que servem de "preview audience", essas mulheres sã estimuladas a discurem com a sua rede social sobre algumas questões apresentadas pelas marcas. Detalhe: elas não serão recompensadas por esse trabalho, apenas terão uma visão mais insider sobre o que será lançado.

A princípio essa idéia me pareceu estranha, quase que ingênua (como assim eles não vão pagar pelas opiniões recebidas?!), mas ao mesmo tempo entendo que essa seleta audiência precisa desse conteúdo para se diferenciar e aumentar ainda mais a sua rede social. Um ganha-ganha inovador para a nova era do consumidor.
Fonte: PFSK.com

quarta-feira, 13 de julho de 2011

trickle up é o novo efeito dominador

Acabo de ler o texto "Inovação do consumo na base da pirâmide", publicado pela Neuza Sousa, professora do curso "A Inovação do Consumo na Base da Pirâmide Brasileira" no Centro de Inovação e Criatividade da ESPM.
Neusa fala da potêncialidade das classes mais baixas na pirâmide econômica e mostra através de fatos que é preciso repensar a maneira de ver o mercado e de trazer a inovação. No Brasil, esse conceito deve deixar de vir de cima para baixo (famoso effeito "trickle up") e passar a vir de baixo para cima. Pensando assim, ela chega a conclussão que para inovar é preciso saber segurar o custos, realmente preencher as necesidades dessas pessoas e trazer tecnologia de ponta.
Acho que vale a leitura e aí está:

"As classes C, D e E estão ditando as regras de consumo. Fique atento quando pensar em novos produtos e serviços.

Parece haver algo de novo na estrutura brasileira de consumo em função de uma das maiores mobilizações sociais ocorridas na sua história econômica. Mas esse fenômeno não surgiu “ontem”. Vem sendo construído ao longo das últimas duas décadas.

A estabilidade econômica observada no Brasil desde 1990 com a queda da inflação, o surgimento do salário mínimo acima do crescimento do PIB, o aprimoramento dos programas sociais e a elevação dos índices de escolaridade, como se vê na figura 1, abaixo, são indicadores que representam a ocorrência de uma ampla reformatação socioeconômica no cenário brasileiro que resulta na ascensão das classes C, D e E.

De acordo com a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), a classe média vem crescendo rapidamente e pode dobrar nos próximos 20 anos. Atualmente 1,8 bilhão de pessoas compõem a classe C no mundo, a estimativa para 2020 é de 3,2 bilhões e, em 2030, de 4,3 bilhões.

Uma característica marcante dessa classe C é o consumo de praticamente um terço de sua renda em bens que não são nem comida e nem moradia. Entre os produtos desejados por esses novos consumidores no Brasil estão: celular, internet, previdência privada, educação, lazer, entre outros.

O celular que, segundo a Anatel, ultrapassou o índice de um aparelho por habitante em outubro de 2010, em Estados como São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso, Santa Catarina, Rondônia, Espírito Santo, Pernambuco e Paraná, tem a marca de mais que um telefone por habitante. Do total de habilitações de 2000 a 2010, aproximadamente 82% são pré-pagos e 17% pós-pagos.

A quantidade de domicílios com internet, conforme PNAD (Pesquisa Nacional de Amostragem por Domicílios)/IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), aumentou 71% entre 2005 e 2009; em algumas regiões, como Centro-Oeste, o crescimento chegou a 20%; no Norte e Nordeste, ele foi ainda maior, beirando a 25%, pelos dados divulgados em setembro de 2010.

No setor de previdência privada aberta, as empresas inovam e oferecem produtos flexíveis para atender à nova demanda, assim a previdência privada passa a compor a cesta de produtos da classe C. Esse mercado registrou, no primeiro trimestre deste ano, um crescimento  de 16,6% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com indicadores fornecidos pela Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida). Entre os fatores que explicam o crescimento estão o aumento da renda do brasileiro e chegada dos consumidores da classe C.

Segundo informações da PNAD 2007 anunciada pelo IBGE, na educação particular, temos perto de 3,7 milhões de crianças e jovens das classes C, D e E, matriculados. As mensalidades variam de R$ 190,00 a 240,00 mensais que estão localizadas nas grandes periferias de São Paulo, onde há escolas públicas disponíveis.

Porém, os pais preferem as particulares por fatores como: certeza da presença de professores; vigilância de câmeras; possibilidade de acompanhá-los a distância via internet; ideia de estarem mais protegidos do bullying; e uma suposta qualidade de ensino; já que a maioria das instituições trabalha com materiais apostilados de escolas, considerados de “grife”.

Fernando Lobo, gestor pedagógico da rede Welf, que dispõe de cursos de pós-graduação à distância, voltados para gestão em esporte, a rede vem notando aumento significativo na quantidade de alunos desde a abertura em 2009, sendo que do primeiro semestre de 2010 para o segundo semestre mais que dobrou o número de alunos.

Fernando Lobo credita a elevação da procura à melhora das condições socioeconômicas do País, ao aumento de formandos que - segundo ele  - é impulsionado pelos programas de bolsas de estudo do governo para a graduação - e a crescente demanda por profissionais especializados no atendimento a grupos de terceira idade, obesos, diabéticos, entre outros. Os cursos possuem preços na faixa de R$ 99,00 mensais.
Conforme P. J. Williamson e M. Zeng, em artigo de março de 2009 publicado na Harvard Business Review, inovação é associada com o desenvolvimento de novos produtos e serviços com a adição de mais funcionalidades e recursos para os serviços existentes.
Em ambos os casos, as empresas esperam que os clientes paguem mais por essa mudança. Inovação com um produto novo com baixo custo não é convencional nem para o mercado nem para as companhias, mas é o que atende a esses novos consumidores.

Dessa forma, têm tido bons resultados quando inovam oferecendo tecnologia de ponta a preços baixos; apresentam uma grande variedade de produtos; quando personalizam seus produtos; e, ou promovem a explosão de nichos de mercados.
Assim, a atual conjuntura econômico-social brasileira deve ser, portanto, um dos principais fatores de estímulo ao processo de inovação das companhias que tenham por objetivo liderar as abordagens comerciais de prospecção e fidelização desses novos consumidores – classes C, D e E, um público que não compra qualquer coisa, e sim aquele bem que atende à sua necessidade e com o qual se identifica."
Texto publicado no Portal HSM em 12/07/2011.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Ultra slow-fashion

Que o modelo “fast fashion” de pensar, agir e comprar está com os dias contatos isso a gente já sabe, mas quais são os negócios, e serviços que abraçam essa causa com mais força do que os brechós?
Uma resposta eu vi hoje, passeando pela news do Springwise. Dentre as várias novidades de serviços, a news mostrou a marca malasiana Ultra que acaba de criar uma coleção de 10 peças de roupa que é o suficiente para fornecer todo o “estilo” que uma mulher precisa por um ano.

Imediatamente lembrei do Uniform Project, tocado pela indiana Sheena Matheiken. Ela vestiu um único vestido (de todas as formas possíveis) durante um ano e através dessa ação levantou fundos para uma fundação que patrocina o ensino em seu país. Foi um protesto fashion que começou super bem, serviu sua causa, mas que no final ficou um pouco confuso pois, mesmo usando um vestido apenas, Sheena se serviu de tantas sobreposições e adereços que ficou meio ridículo dizer que ela tinha subvertido o fast-fashion – ela apenas encontrou uma maneira diferente de fazer o mesmo.
Mas, o lado bom foi que serviu de sinal ou inspiração para outros projetos “one dres, one year” e para o desejo (ou necessidade?) de se consumir menos e de tirar melhor proveito de tudo que temos em nosso guarda-roupa.

Acredito que essa Ultra seja um sinal. Segundo a news do Springwise, essa marca tem como base a sustentabilidade e foi criada por líderes nesse assunto (LOHAS, Greenovate e The Wellness Works). O estilo é meio minimalista e muito funcional. Jaquetas se dividem em 3 pedaços, virando coletes e bolero e, tudo é feito ou de algodão orgânico ou tecidos sintéticos reciclados. A cartela de cores resume-se a preto e branco e ao final do ano, as 10 peças podem ser devolvidas e novas peças readquiridas com desconto na compra.
Perguntas:
1-      O que são feitas das peças devolvidas?
2-      Numa matemática rápida: ao comprar o “combo” de 10 peças isso significa que adquiri em média 1 peça por mês. O quanto isso representa na diminuição da compra de produtos?
3-      As roupas duram bem mais do que um ano (especialmente se tiverem um alto grau de qualidade). Por que trocar?
4-      Será o sistema da moda tão imbatível e incontornável?
5-  Como as pessoas estão reagindo a essa proposta?
6- O que isso significa para o futuro do varejo?
 
Alguem pode me ajudar a responder algumas dessas questões?