terça-feira, 29 de junho de 2010

Finalmente, o lixo!

Sim, finalmente! Essa semana coletamos alguns exemplos de sinais de tendências que mostram como empresas estão (finalmente!) lidando com o lixo. Fizemos uma lista, saca só:

Órbita Conceitual:
- Programa Urbanos: Reportagem sobre o Homem Refluxo, um jovem que resolveu criar uma roupa-parangolé onde ele armazena todo o lixo utilizado por ele durante uma semana. Olhe aí o vídeo e diga se essa ideia não foi genial?




- O espaço de arte contemporânea HangarBicocca, em Milão, apresenta a obra Personnes, de Christian Boltanski.  Ele reuniu 30 toneladas de roupas velhas gerando uma enorme montanha dentro da galeria que, para Boltanski, representa todas as pessoas que um dia as usaram, ou seja: uma pilha de 500 mil pessoas. Bom, eu vejo, na verdade, uma grande pilha de lixo representando o tipo de sociedade que vivemos. E você?


- O artista Artist Bruce Munro criou um "mar de CDs" no campo Long Knoll (Inglaterra) usando 600 mil CDs.  Bonito de ver.


Órbita da indústria:
- A Eletrolux acaba de anunciar que pretende usar o plástico descartado nos oceanos para criar os seus aspiradores de pó. Esses produtos serão compostos por 70% de plástico reciclado e farão parte do projeto "Vac From the Sea".
- Para promover seu album de estréia, batizado de This is Yours, a banda inglesa The London Fields recolheu caixas de cereal e as usou como caixas para seus CD's e como foto promocional de seu lançamento. Entretanto, a estratégia de marketing usada para a promoção do CD foi ainda mais interessante. A pessoa passava na rua, pegava a caixa, escutava o CD e, depois assinar um cartão que vinha junto do CD, ela tinha o compromisso de amarrá-lo em qualquer outro lugar para que outros pudessem reiniciar o processo. Ou seja, a mensagem não agrada só aos ouvidos, mas põe em prática a essência da reciclagem, que faz um bem danado para o resto do corpo e do ambiente em que vivemos.

O uso criativo do lixo ganha força. Aguardem...

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Telenovelas e tendências

A Aline publicou um ótimo texto no Colóquio de Moda do ano passado- 2009 que fala sobre a relação das tendências com as telenovelas. Nesse texto vocês verão como as telenovelas fortalecem conceitos de moda e como os figurinistas utilizam os elementos de uma tendência para impulsionar modismos através das mídias de massa mais expressiva do país. No final, todos acabam associando esse movimento consolidado e devastador com uma tendência.

Segue um trecho da Introdução:

Uma das mais significativas expressões da cultura de massa brasileira é, sem dúvida, a telenovela. Nestas as personagens retratam em cena não só os dramas, mas também ações cotidianas, porém um cotidiano que se mantém distante o suficiente do real para ser capaz de gerar desejos e fantasias nos telespectadores. 
Com o tempo, a telenovela  torna-se uma atividade complexa que demanda uma série de profissionais (maquiador, figurinista, cenógrafo, preparador de atores etc.) que fazem uso de signos, em geral já legitimizados, para compor os ambientes e as personagens. O objetivo com isso é facilitar a compreensão pelo telespectador sobre a trama e, também, definir o papel desempenhado pelas personagens (Ex.: quem é a mocinha e quem é a vilã). É preciso, portanto, tangibilizar o que seriam as características de uma personagem, como: sua posição social, índole, moral, personalidade, profissão, as relações que mantêm dentro da trama, entre outras questões que sejam relevantes. 

Facilitar esta compreensão pelo telespectador é um meio de criar narrativas de interesse, que despertem emoções em quem recebe a mensagem (telespectador) e, permitir uma possível  formação de vínculos entre ambos, garantindo a manutenção da audiência. Aqui a novela deixa der ser apenas um produto de  entretenimento e assume seu papel de produtor de “emoções”. E, é envolto nestas emoções que as imagens da telenovela exibem objetos diversos do mundo real.

As roupas usadas em cena, não são apenas roupas, são parte das “emoções” vividas pela personagem.
Um modo recorrente de produzir vínculos é fazendo uso de um figurino que seja complementado pelo visagismo (maquiagem e beleza). O figurino visto por este viés tem como principal função comunicar e envolver, muito além de um mero tradutor de uma moda vigente e estabelecida no “mundo real” e,  por isso, são inúmeros os casos nos quais o figurino de uma produção foi capaz de criar uma demanda de mercado, tão efêmera quanto significativa.


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